Escola e família: como
cuidar dessa relação
É fato que a influência
familiar no desempenho dos estudantes é grande. Há que se refletir, então,
sobre o que é função dos pais e responsáveis e o que está nas mãos da escola.
Muitas comunidades se organizam espontaneamente e procuram a direção e os
professores para oferecer auxílio, mas nem sempre é essa a regra. O ideal é que
a mobilização parta da instituição, de maneira estruturada. Cabe a ela estar
aberta à comunidade e criar espaços em que a aproximação seja possível.
Um
esforço essencial para isso é deixar de lado o conhecido "jogo de
empurra" acerca de queixas comuns a pais e professores: indisciplina,
bullying, violência, falta de interesse etc. Família e escola têm papeis
diferentes e complementares - e os educadores são os profissionais que têm
conhecimento e podem determinar esses limites.
A escola é o espaço público que o aluno frequenta e é dentro dela que ele tem a
chance de aprender regras sociais de convivência. Há comportamentos que são
diferentes dentro de casa - que é um espaço privado - e fora. Não há como
cobrar dos pais a resolução de conflitos que pressupõem a relação entre pares
dentro da sala de aula, por exemplo. A postura de um filho que solicita a
atenção da mãe é diferente da de um aluno que requer o apoio da professora. É
na escola, também, que as crianças aprendem a não reproduzir preconceitos que
podem estar arraigados na família. Cabe ao educador promover a aprendizagem da
diversidade.
Envolver
as famílias sem misturar as responsabilidades não é tarefa simples. A reportagem
"A
escola da família", publicada na revista Gestão Escolar,
indica algumas atitudes importantes que podem ser tomadas para iniciar essa
parceria. Chamar os responsáveis, apresentar o prédio e os funcionários dizendo
quem faz o quê é um começo. Mostrar qual é o projeto político-pedagógico da
instituição e ouvir as preocupações da comunidade são propostas fundamentais -
para tanto, é preciso marcar as reuniões em horários viáveis para quem
trabalha. Outra sugestão é convidar os pais para compartilhar suas experiências
e participar de oficinas na escola, de modo que compreendam que aquele é um
espaço do qual fazem parte.
Porém,
e se, apesar dos esforços, a família não tiver condições ou não se mostrar
disposta a participar? Infelizmente, essa é a realidade de muitas escolas. E,
na maioria dos casos, os filhos das famílias menos participativas são os
estudantes mais desafiadores, que exigem mais dos educadores.
Em
situações como essa, é fundamental que a escola se fortaleça e que o professor
não atue sozinho, mas sim com o apoio de seus colegas, da direção e da
coordenação pedagógica. Há que se criar um espaço em que esse aluno seja
respeitado, tenha sua dignidade garantida e oportunidade de aprender. Está nas
mãos dos educadores oferecer a ele a chance de ser ouvido e de participar
ativamente da vida escolar.
Para
tanto, é importante que ter como pilares o diálogo e o respeito mútuo. A tarefa
certamente ficará menos pesada se tais valores balizarem atitudes e
comportamentos de toda a equipe escolar, fazendo com que professores, gestores
e funcionários encontrem respaldo e apoio durante os momentos inevitáveis de
conflito - e possam contornar a situação e ajudar o aluno. A coerência e o
sentimento de união são também bons caminhos para que os valores encontrem
ressonância na comunidade, fortalecendo a parceria pela Educação das crianças.
Até porque, para muitos estudantes, a escola é o único recurso que se têm.
Bibliografia
revistaescola.abril.com.br/escola-familia-como-cuidar-dessa-relacao.Reportagem
sobre a relação entre família e escola. Nota 10", acesso
03/04/2016
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